Leia aqui um poema de "arqeaqa", de Cássio Vássil:
OBLÍTERO
Vai deixar
Palavra viva
Quando morta
A terra entrar
Mas palavra
Também morre
Nada aqui
Há de ficar
Pedras batem
No infinito
Movimento circular
Algo no Nada
Entretanto
Aparece para estar
Átomos
Peregrinando
Entrechoque
Intramente
Elo entre os dados
Desenganando
Flor do contato
Livre a corrente
Ser em solo
O sol me assombra
Quente demais
Colo e descolo
Sem brisa
Ou onda
Mas me movo
A cada passo
Acaba o dia
Cresço e nasço
Obliterar-me
Voltar da cinza
Desvaziado
Sendo ainda
Não obstante
Instante apenas
Além de mim
Há isso Tudo
Sig(n)o adiante
Em outros sistemas
arqaeqa, de cássio vássil
CÁSSIO VÁSSIL nasceu em Fortaleza na metade dos anos noventa, mas cresceu em Acaraú, litoral oeste do Ceará. Virou jornalista e hoje trabalha como operário do discurso, mas também já foi músico e professor, tudo na Terra do Sol. É fascinado pela busca. Durante muito tempo quis desencobrir a máscara da vida. Escrever poesia deve ser uma reminiscência desse desejo. Nas horas vagas também atua como fabricador de tramas, adepto dos circuitos do sentido e observador do mundo.