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Leia aqui um poema de "cancioneiro irredente & poemário encarnado", de Ricardo Prestes Pazello:

 

EM DEFESA DO IMAGINÁRIO E DO IMAGINÁRIO DAS LUTAS POPULARES

 

aos camaradas do Mímesis Conexões Artísticas

 

Que não se tome por ideólogo

Quem pelo imaginário for,

Ideólogo não sou, portanto,

Ainda que aparente o clangor.

 

Nossa história é feita de imagens,

Coragens, artérias e ardor.

Já as ideologias são os frutos

Das brutas porfias do opressor.

 

Pois recupera o imaginário

Pertença às veredas do amor

Pela luta de um povo arteiro

De uma arte que é, em parte, furor.

 

A fúria e o enfado que se gera

Gesta a revolta com a dor

E o imaginário canaliza

Fausta lembrança, forte ator.

 

Reforço e peço que assim façam

Todos os que ouvem o clamor

Do povo sobranceiro e pobre

E firme e casto e lutador.

 

Complexo é o mundo e seu passado

E a vida do trabalhador

Mas nada autoriza o cientista

Ou o bardo a esquecer seu louvor.

 

São glórias dia a dia conquistadas

Ou em grande evento de estupor

Aos seus algozes de cultura

Por sua classe, gênero e cor.

 

O imaginário é a identidade,

Cura, em verdade, o sofredor,

Descoloniza nossas almas

Das vis bandeiras do invasor.

 

Perfila o Guarani e o Tamoio,

O braço em guerra, vingador.

Faz-se ouvir o eco, em Capão Alto,

De Palmares e o seu tambor.

 

São Monges, Cabanos, Posseiros

Que desfilam em seu pendor,

Com o pendão dos Guerrilheiros

Brasileiros em destemor.

 

cancioneiro irredento & poemário encarnado, de ricardo prestes pazello

R$ 55,00 Preço normal
R$ 49,50Preço promocional
  • Ricardo Prestes Pazello é escritor, músico e professor universitário curitibano.

    Como escritor, publicou a coletânea de poemas “Revolta Paraná” (Kotter, 2021), junto a Fernando Marcelino e Yuri Campagnaro; organizou, também, os livros “Música e política: subsídios para um debate popular” (Kotter, 2022), com Naiara Andreoli Bittencourt e Jonas Jorge da Silva; e “As veias abertas do futebol brasileiro: memórias crônicas e paixões sociais” (Letra1, 2023), ao lado de Alexandre Oliveira Almeida e Max D’Carmo. Publicou, também, “Derecho insurgente y movimientos populares” (edição mexicana de 2024) e “Direito insurgente: para uma crítica marxista ao direito” (Lumen Juris, 2021), além de dezenas de outros livros e artigos científicos, bem como textos poéticos.

    Como músico, é cavaquinista integrante do Bloco de Samba Boca Negra, em Curitiba, tendo composto o último de seus enredos, para o carnaval de 2024, ao lado de Leo Fé, intitulado “Evanira, a maior cantora do Paraná”.

    Há 15 anos é professor do Curso de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e fez seu estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Atualmente, está à frente do InSUR – Centro de Investigações em Economia Política, Movimentos Populares e Direito Insurgente na América Latina, bem como é pesquisador do Grupo Temático de Direito e Marxismo do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS). Coordena, ainda, o projeto de extensão/comunicação popular Movimento de Assessoria Jurídica Universitária Popular – MAJUP Isabel da Silva, integrante do coletivo extensionista Planejamento Territorial e Assessoria Popular (PLANTEAR), da UFPR.

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