Leia aqui um poema de "cortante", de Márcio Jorge:
POR ACASO
Anunciei o dia
quando o acaso ordenou
que o bocejo
virasse canto
que o altar
perdesse o santo
e a boca
tocasse o fagote
Anunciei o dia
quando o acaso ordenou
que a vida
fosse urgente
que a festa
começasse de repente
e o fim
chegasse amanhã,
sem alarde
cortante, de márcio jorge
Márcio Jorge (1972) é baiano de Salvador, onde reside desde a infância. É poeta, veterinário, servidor público e sempre fez da poesia seu refúgio preferido. Nos anos 90, publicou poemas no site literário Proa da Palavra. Entre 2021 e 2022, participou de algumas antologias: Poesificar, Memorial Cecília Meireles, A Arte de Pintar Palavras e Ressignificâncias. Depois dessas experiências, “Cortante” surge da necessidade do autor de reunir uma coleção de poemas que contempla várias fases da sua vida poética, entrelaçando vivências pessoais com a criação ficcional produzida a partir das suas influências literárias.