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Leia aqui um poema de "exausto coração esbraseado", de Lucilene Canilha Ribeiro:

 

Eu sou vermelha,

tingida de urucum e seiva de pau-brasil,

da cor do lobo guará.

 

O sangue primitivo corre dentro e fora de meu corpo.

 

Tenho a cor da argila em toda a extensão de minha pele,

que é também extensão de minhas ideias,

que é também extensão de minhas paixões.

 

Ergo minhas bandeiras com punhos febris,

meus olhos vibram em protesto e pulsação.

Carrego cóleras impossíveis de acalmar.

 

Quando deitarem meu corpo por terra,

ela se tornará vermelha e ferverá um outro ser,

nascido em raiz profunda,

revolucionário e vermelho.

exausto coração esbraseado, de lucilene canilha ribeiro

R$ 42,00Preço
  • Lucilene Canilha Ribeiro é feminista por vocação, professora por paixão e doutora em História da Literatura por formação. É integrante do coletivo de escrita “Escreviventes” e participou de algumas antologias, como Desobediências miúdas; Haicais e Tankas; Antologia poética: vozes que se encontram e La loba magazine: pelo fim da violência contra a mulher. Natural e residente de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, é a primeira integrante de sua família a concluir seus estudos de graduação e pós-graduação em uma universidade pública e a escrever literatura.

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