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Leia aqui um poema de "palavra-pássaro, palavra-peixe", de Marina Takeishi:

 

Experimentar conceitos:

Tirar-lhes a roupa com a letra;

Vestir o presente de infinito;

Perder as linhas da composição;

Dedilhar a língua nos sonhos;

Redigir os contos na pele.

 

Ampliar detalhes:

Corporificar os excessos de mínimos;

Alargar as minúcias do ínfimo;

Compor a magnitude do cílio do canto do olho esquerdo, se abrindo lentamente, em milímetros de pálpebra, apenas o suficiente possível para enxergar a borda da gota de rio voando no vapor de sol, contornado em sete cores de um arco-íris.

 

Entender a imensidão disso.

 

Respirar poros no corpo para desaguar suores do sentido;

Significar palavras que insistem em não encontrar forma;

Formar sílabas em descompasso sinfônico;

Cantar sons que melodiam em silêncio.

 

Inventar novas frases para escrever o poema que ficou no mistério.

 

palavra-pássaro, palavra-peixe, de marina takeishi

R$ 45,00Preço
  • Marina Takeishi (1991) é artista visual, arteterapeuta, amante das línguas e das linguagens. Graduada em Design Gráfico, com pós-graduações em Arteterapia Junguiana e em Culturas Populares e Tradicionais.
    Nipo-brasileira, dedica sua pesquisa visual às culturas tradicionais e mitologias do Brasil e Japão, honrando suas ancestralidades. Esses estudos moldam seu modo de habitar e enxergar a vida, encontrando nas letras e versos o espaço para voar, dentro e fora. Filha do mar até no nome, gosta de escrever sobre as águas e os sentimentos que lhe tocam, buscando imensidões nas pequenezas e minúcias nos infinitos.
    Publicou como ilustradora o livro “Imersa” (Editora Elora, 2021). “Palavra-pássaro, palavra-peixe” é sua primeira publicação como escritora.

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