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Leia aqui um poema de "plantar somente onde há bocas famintas", de Cecile Mendonça:

 

sair de trás dos olhos de minha mãe

entrar em meus olhos despidos

perceber que nem mesmo

o meu olhar é límpido

 

olhar o que olho

tocar as superfícies

adentrar aos pensamentos

navegar por fios d’água

conceber:

não passam de reflexões invertidas

não há outro caminho

senão

tornar-me criatura do que vejo

 

me vejo no que vejo

sou o que vejo

e o que vejo

duvido

 

mãe,

prefiro te ouvir dizer

plantar somente onde há bocas famintas, de cecile mendonça

R$ 45,00Preço
  • Cecile Mendonça (Rio de Janeiro, 2000) é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e artista multidisciplinar. Se aventura, principalmente, na colagem, no desenho e na escrita. Publicou poesias na Antologia “Nós” da editora Selo Off Flip [2023] e na edição de verão da Revista Felisberta [2024].

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