Leia aqui um poema de "poemas incuráveis", de Aloma Twai:
A decadência com que o homem rasteia
Expondo todos os seus ossos
E sentimentos e traumas irrisórios
A carga pesada com que enfrenta
Todos os obstáculos intransponíveis
Queimando como uma vela prestes a acabar
Chama pequena, ignóbil e insuficiente
Que ilumina apenas a insanidade
Os transtornos inerentes e engastados
Somos todos pó, batido e calcado
De estrelas, cometas e corpos celestes
Há muito mortos e findadosVivendo uma vida com tempo limitado
Onde a única opção
É ser castigado e julgado
Por deuses que sequer existem
E nem mesmo olham para baixo
Onde suas preces não são ouvidas
E seus pecados sentenciados e demonizados
E seus gritos são pura dor e desvairo
Envaidecidos, fátuos, problemáticos
Aspiramos viver para sempre
Nem que seja rastejando por um buraco
Não somos perpétuos
Muito menos notáveis ou necessários
Somos ínfimos, pequenos, desimportantes e obliterados.
poemas incuráveis, de aloma twai
Aloma Twai nasceu em Pelotas/RS em 17 de Julho de 1993, começou com 5 anos na música, com aulas de teclado, com 11 já tocava violão e escrevia as letras de suas músicas e alguns poemas, incentivada por uma professora de português, cada vez mais desenvolveu o gosto pela literatura e pela escrita. Aos 23 foi diagnosticada com transtorno de personalidade borderline após internação em uma clínica psiquiátrica. Lutando contra uma depressão grave, Aloma encontrava na escrita uma forma de canalizar toda dor e sofrimento que sentia.
Mulher lésbica e artista, desenvolveu sua arte em forma de fotografia, poesia e música.
Hoje aos 31 anos Aloma vai iniciar faculdade de Letras na universidade federal do Rio Grande do Sul na busca por aprofundar seu conhecimento e desenvolver sua escrita.