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Leia aqui um poema de "ao ovo que carrega todas as fêmeas", de Nara Dourado:

 

Estava inundada. Avalanches de água drenavam o corpo, que, dentro, gemia em silêncio.

Com a sexualidade sempre ausente, experimentou pela primeira vez o cio.

 Metamorfoseada por uma gata que um dia antes miava em desespero.

Bicho ansiando por falo.

 Mal sabia ela que não se tratava de si. Dera início ao que não sabia.

A terra estava com fome. Clamava por devorar sementes.

 

Tudo que fecunda começa pelo cio.

ao ovo que carrega todas as fêmeas, de nara dourado

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  • Sigo no meu sacrifício de existir tendo não só visto, como gestado e devorado o ovo.

    Sendo galinha, a minha vida pessoal não nos interessa.

     E quanto a ele, o ovo?

    Venho sendo doida para que se transforme em alucinação a mais antiga verdade.

    Sim, sou muito antiga.

    E isso é tudo que tenho a revelar sobre mim.

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