Leia aqui um poema de "as mulheres que eu vi", de Jefferson Nery Correia:
Toda nudez de Pagu
Delírios de “Pagu”!
Com seu olhar mole, que faz doer.
Musa moderna e antropofágica,
Um suspiro, uma carona... e Pagu nua.
No seu carro rápido, um vento morno.
De noite na cama... e o seu deslumbre.
Seus seios sob o céu azul.
Vieste crua,
Sem véus,
Sem medo,
Com olhos como punhais que me atravessam!
Pagu...
Teu nome escorrega pela minha língua.
Nua, sim,
Seus seios, ora estão nus, ora vestem revolução,
Como páginas arrastadas pelas calçadas.
Nua como o verbo antes do dicionário.
A tua nudez e manifesto,
De uma mulher que cospe na cesura.
Pagu nua, não era corpo... era coragem.
Me apaixonei pelo corte da tua ideia,
Teu nu,
Que era político.
E eu?
Sou só mais um advérbio tentando te conquistar.
as mulheres que eu vi, de jefferson nery correia
Jefferson Nery Correia é casado e pai de dois filhos. Nasceu em Campo Mourão, no Paraná, em 1978. E é onde mora atualmente. Cresceu em uma pequena cidade próxima e, ainda na infância, despertou sua curiosidade pelas coleções de livros do século XIX que ocupavam a estante da sala de sua casa. Foi ali que começou sua aventura no mundo dos escritores e poetas, como Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo.
Na escola, com o incentivo da professora Lada, escreveu seu primeiro poema com o título: Preso em mim, inspirado no romantismo. Nessa fase, também conheceu outros autores, como Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Fernando Pessoa. Em 1993, foi vencedor do concurso de declamação de poesias da Feira Cultural do colégio, com a poesia "Meus Oito Anos" do poeta Casimiro de Abreu.
Na adolescência, mudou-se com a mãe para a zona rural. E nos seus momentos de solidão, aprofundou-se na leitura de poetas como Ferreira Gullar, Adélia Prado e Manoel de Barros. Foi então que passou a escrever poesias mais modernas e concretas, abordando temas sociais e culturais. E em 1994 ganhou o concurso de poesias da cidade, com seu poema Brasis.
É grande admirador e se inspira nas letras dos cantores e compositores Renato Russo e Caetano Veloso.
Em 1998, durante a graduação na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), em Cascavel - PR, integrou e participou da criação do grupo de teatro universitário TUCCA, onde atuou como ator amador em três peças, com destaque para premiada produção do grupo: “A padaria” adaptação do dramaturgo e poeta Bertold Brecht. Entendendo nesse período que se encontrava melhor ao expressar-se através das artes.
Possui experiência como professor em cursos técnicos de nível médio, além de ter atuado na graduação, pós-graduação e como palestrante na área da saúde. Com conhecimento no tema educação profissional continuada.
No início e ao longo da pandemia de COVID-19, entre 2020 e 2022, enfrentou intensos processos de caos pessoal, reencontrou na poesia um caminho para expressar-se para o mundo. Através dela, transformou sentimentos, resgatou memórias e ressignificou sua própria história. Desde então, já escreveu centenas de poesias.