Leia aqui um poema de "bem como essas cabras, bem como essas ovelhas", de Rhudá:
1. MOMENTO-MONUMENTO: O EU-AMOR EXPIATÓRIO
Não me domestiques, eu não sou estima, mui menos estimação
Nunca me governes, pois não sou ar de quem sente presunção Não cale minha boca com teus beijos em cuspes de difamação Não fale comigo se chuva cair nessa tua mata em carne-unção
Não tires minha roupa, pois eu já me cortei demais Literalmente também em lógicos amores tão iguais
Não sou dominante e não quero ser como os sinais
Fechados para minhas carroças do peito, latas tais
Não penetres em mim sem a proteção dos deuses
Não jures o mundo as minhas expiatórias gêneses
Não faça do ciúme todo o cume, parentes corteses
Não me traias com mil injúrias ou nomes rudezes
Não diga nada em nome do nunca, pois será totalmente vão
O não nunca totalmente vão, é quem contraria tal separação
E caso pense em meu corpo sem aspereza à suma coligação Venha até mim, como a louca madre sol que reina em ação
E desfaça todo os meus momentos de rigor pela disjunção
Acendendo toda luz batendo os seixos dessa nossa pulsão Que bate o queixo-firme dessa toda firma de ação, reação
E enxuga o suor que sai das vistas nas toalhas do sermão
Beco-sujo, Miramar, Parahyba.
bem como essas cabras, bem como essas ovelhas, de rhudá
Rhudá, 28, nascido em Corumbá – MS, de ascendência afro e indígena radicado em João Pessoa aos quatro anos de idade é um poeta, cantor, multi-instrumentista, fotógrafo e artista plástico, com foco nas atuações de cantautor e poeta na cena de Parahyba. Vivente e sobrevivente tem finalizado sua terceira publicação chamada de “Bem como esses Cabras, bem como essas ovelhas" tendo mais duas publicações, uma chamada de “Não categorizada Ode” e outra sendo um dos premiados no compilado prêmio Juventude Das Letras na categoria poesia, prêmio Anayde Beiriz.
Foi também considerado Artista do Ano pelo Teatro Ednaldo Do Egypto em dois mil e vinte e um, onde urgiu na força das potencialidades, além participando também do Festival da Música da Paraíba e posteriormente lançamento de seu primeiro trabalho musical chamado de “Ascendente em cor de mel” em dois mil e vinte e quatro.
Rhudá percorre a cena em seu trabalho visual como fotógrafo na cobertura de peças de teatro, fotodocumentação de pautas artísticas/sociais e como artista plástico traz seu processo de abstracionismo figurativo e o colagismo digital e por fim, escreve também escreve textos esporádicos para jornais locais.