Leia aqui um trecho de "cinza", de Rafael Couto:
Ela deixou a cortina entreaberta na noite anterior e a luz entrou naquela manhã direto nos seus olhos lhe acordando. Sono tenso. O quarto era bem pequeno e só tinha o mínimo: Um guarda roupa de duas portas, uma cama de metal e uma mesa de cabeceira, quadrada. Os únicos charmes eram o rádio despertador e uma escultura pequenina de uma andorinha azul que ela achou num dia de descanso na praça. O apartamento alugado era bem pequeno. Tinha uma saleta logo que adentrasse a porta principal. Ela manteve o sofá branco com detalhes geométricos que por lá estava e de frente ao sofá um hack de madeira clara com uma tevê e um receptor de canais. Em seguida, outro cômodo com uma dupla de cozinha e área de serviço funcional com todos os utensílios necessários para uma pessoa solteira ou um jovem casal se virar. O seu quarto era uma suíte e fazia divisão com um banheiro todo bege entre louças, cortina do box e janela. Como um todo o apartamento era simples. Sem graça, cores claras e nada de decoração. Ela o usava para se refugiar e exercer funções de comer, dormir e limpar-se. Não havia um porquê de embelezar ou apegar-se a algo que era só um cantinho que não era seu e era emprestado para descansar um corpo e uma mente que trabalhavam o dia todo.
cinza, de rafael couto
Nascido em São Paulo, SP, em 1983. Em 1992, Rafael Couto mudou-se para Santa Rita de Caldas, Sul de MG. Em 2003, mudou-se para Poços de Caldas, onde mora até hoje. Formado em Direito e Especialização em Filosofia ambos pela PUC Minas. Sempre foi um apaixonado por ler e escrever. CINZA é seu primeiro livro e a realização de um sonho.