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Leia aqui um trecho de "Estilização e dispositivos de matiz simbolista no teatro do Estúdio Lusco-Fusco", de Marcio Aquiles:

 

O repertório do coletivo aparenta trazer como característica basilar a estilização cênica, sobretudo por intermédio de uma construção dramática e imagética simbolista. Em nossa mirada, o que definimos como estilização cênica colige múltiplas características corporais (da atriz e do ator como significantes singulares, de seus corpos ao figurino e ao design de aparência como apêndices deles), audiovisuais (da cena como um todo, incluindo cenografia, iluminação e sonoplastia) e sensoriais (apreensão cognitiva do público).  

          A estilização que o Estúdio Lusco-Fusco investiga não se funda, simplesmente, por apropriação acrítica de algum formato único de marcação mais forte, como montagens teatrais de caráter puramente formalista, por exemplo, uma vez que preserva alguns dispositivos do drama, sobretudo no que tange aos aspectos discursivos.

          No trabalho da companhia, a estilização surge como meio de materializar estados mentais, como define o diretor André Guerreiro Lopes (fundador do grupo, em 2007, ao lado da atriz Djin Sganzerla), ou seja, existem símbolos, metáforas, incongruências, porém há também, simultaneamente, uma linha narrativa, mesmo que fora do arquétipo ficcional do signo imediatamente reconhecível, apreensível e direto. Numa conversa que tive com o encenador, ele fez a seguinte observação, “ao contrário de uma estilização dadaísta, a nossa é como uma extensão de uma realidade interna”, portanto com códigos minimamente definidos e não aleatórios. Esse limiar entre o símbolo que se expande em direção ao exterior e os processos subjetivos íntimos que se deixam revelar apenas em partes, como um lusco-fusco, é o principal tema desta tese.

Estilização e dispositivos de matiz simbolista no teatro..., de marcio aquiles

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  • Marcio Aquiles é escritor, crítico literário e teatral, tem inúmeros livros publicados, entre eles o romance Artefato cognitivo nº 7√log5ie (Prêmio Biblioteca Digital), o experimento poético A queda ontológica do androide místico e a antologia dramática O Esteticismo Niilista do Número Imaginário. Como organizador, assina obras como Teatro de grupo (Prêmio APCA) e Os Satyros: Teatricidades. É doutor em artes cênicas (USP), mestre em divulgação científica e cultural (Unicamp) e bacharel em estudos literários (Unicamp). Trabalhou cinco anos como jornalista e crítico teatral da Folha de S.Paulo. Desde 2014, é coordenador de projetos internacionais na SP Escola de Teatro. Em 2023, foi contemplado com o 1º Prêmio Egresso Destaque Unicamp, “como forma de reconhecimento de sua distinta trajetória profissional”.

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