Leia aqui um poema de "eu-meio às palavras", de Rafael Agostini:
O barão de Cerro Azul
Em Margarida do Zé Velho se diz:
“somo tudo vizinho,
Criado como irmão.”
E a última voz dizia:
-Uma Cantiga de amigo
ao barão,
Por que tudo o quanto oro morre
Nem reza braba que faz tudo virar tronco invisível, resolve.
Faz dias, que dizia que não é de feitio mole,
mas, dueceu,
e subiu.
“Segue o rio das pedra,
o rio que desce à enfermaria,
visita as margens do rio d’ouro
olhando pro chão do zig zag,
Do azorrague,
Catando contas e Cordão do frade.
quantas vezes soma, à fonte remonta.
Trabalho de vida, dita dura.
E morre aos oito dias
Da sonhada aposentadoria.
eu-meio às palavras, de rafael agostini
Rafael Agostini é artista plástico com formação em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor de Artes, escritor e ilustrador. Entre suas mostras destaca a participação na Bienal Europeia e Latino americana de arte cntemporânea realizada em Helsinki (2021), e mostras individuais e coletivas em espaços públicos da Baixada fluminense como o Teatro Firjan Sesi Caxias e o Instituto Histórico da Câmara Municipal de Duque de Caxias. Rafael tem dois livros publicados, um dedicado ao público infanto-juvenil com o título "A Falta de Pietro", publicado pela Editora Urutau, e outro dedicado ao público adulto com poemas e reflexões baseadas em vivências pessoais, cujo título é "Pensamentos escritos na recepção do trauma", publicado pela Kotter Editora.