Leia aqui um trecho de "experimenta", de Jurandir A. Oliveira:
Caverna na noite clara iluminada e brilhante enquanto as sombras das árvores projetavam-se na parede pela janela entreaberta e estava só em sua cama e o filme que acabara de ver o fizera lembrar-se dela que conhecera numa viagem de verão há infinitos anos e que deixara cicatrizes indesejadas como sempre são as de adultos
É fato que não se sabia no início o que era o que esperar o que nasceria daquele encontro de olhares que assim como um leopardo prestes a dar um bote esperam em um lugar qualquer em uma piscina na tarde poente num mero passeio turístico de ônibus com guias afoitos em ganhar o seu pão e que pressionam pressionam pressionam até que
Ambos circundados por amigas dela entreolharam-se na ensolarada manhã e foi como uma mágica um encontro mitológico inexplicável e indizível que durou por tantos dias quantos permaneceram naquele hotel naquela piscina de frente para o mar e naquelas praias e já no dia de partida ele a carregara na água e trocaram olhares mais ternos prenúncio de uma continuidade possível
O leopardo os esperava também na noite em que foram a um restaurante musical e ela evitara dançar e se na hora estava incerto se devia interpretar como uma recusa ou uma afirmação o tempo iria dizer mas no momento com a visão com o luar com o ressoar das ondas que batiam nas pedras não havia juízos racionais e deixava-se flutuar como um toco levado pelo mar
experimenta, de jurandir a oliveira
Jurandir A. Oliveira é formado em Filosofia e Psicanálise, designer gráfico, amante da literatura e das artes em geral e pintor amador.

