Leia aqui um trecho de "lamento de exu", de Regiane Trajano:
“Foi Exu que atirou hoje e matou o pássaro ontem.”
Entre o visível e o invisível,
entre o silêncio e o grito,
este livro se abre como oferenda
e se encerra como travessia.Aqui, Exu não é personagem:
é o próprio caminho.A dor vira rito.
O caos vira bússola.
A palavra vira fogo.“Lamento de Exu” não se explica.
Se sente.
Se entra.
Se dança.E no giro da encruzilhada,
quem caminha também se refaz.
lamento de exu, de regiane trajano
Regiane Trajano é umbandista, poeta e educadora que caminha pelas encruzilhadas da vida com escuta sensível e reverência ao sagrado.
Mulher periférica e filha dedicada, sua voz nasce do encontro entre ancestralidade e presente onde a palavra escrita se faz instrumento de transformação e reexistência.Atua há mais de 13 anos em livrarias, editoras, bibliotecas, instituições de ensino e da sociedade civil organizada, com uma trajetória entre a literatura, os direitos humanos e a luta das mulheres. Compreende a palavra como gesto de resistência e liberdade.
Trabalhou no Fundo Brasil de Direitos Humanos, participou de coletivos como a Marcha Mundial das Mulheres (núcleo Zona Leste/SP) e os Doutores Cidadãos, levando a palhaçaria hospitalar como ato de cuidado e escuta.
Atualmente, dedica-se à mediação de leitura, curadoria de acervo e ações para a inclusão e diversidade por meio da educação e da palavra, em espaços culturais e educacionais.
“Lamento de Exu” é seu livro de estreia e também uma travessia. Para Regiane, escrever é escutar com o corpo inteiro: um caminho onde a palavra se torna ponte, presença e axé.