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Leia aqui um poema de "limiar", de Alexandre Xavier:

 

arquitetura da permanência

 

na cintilância dos ossos que me sustentam,
segredos fincam raízes
como pedras que guardam o calor dos dias de sol.

 

testemunho bailarinas-origamis
flutuarem sobre o piso que range,
na arquitetura da permanência,
como sussurros sagrados de mantras antigos.

 

rostos emoldurados vigilam das paredes
os que transitam em meu lúmen
e contemplam a perpétua paisagem
emoldurada pela janela.

 

sou puro eco — um organismo ancestral
feito de éter,
imune ao tempo
que não destrói,
apenas veste.
camada sobre camada.
espessa tez das eras de outrora.
albergue das vozes dos séculos,
preservada nos vestígios dos habitantes.

 

inquebrantável,
ventre de tempestades familiares,
forjada em aço e lembranças.
sou a história que se recusa a ruir.

limiar, de alexandre xavier

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  • Alexandre Xavier (Rio de Janeiro, 1985) é biólogo, poeta, músico amador e colecionador de discos. Desde cedo cultivou a paixão pelos sons e pelas palavras, mas escolheu a ciência como profissão. Para ele, ciência e arte são pilares fundamentais do mundo.

    Na literatura, suas principais influências transitam entre a prosa lírica de Clarice Lispector, Cormac McCarthy, Jorge Luís Borges, Haruki Murakami e Eduardo Galeano; a geração beat de Allen Ginsberg, Jack Kerouac e Gregory Corso; e poetas como Conceição Evaristo, Walt Whitman, Fernando Pessoa (sobretudo Álvaro de Campos), Paul Celan, Charles Bukowski, Paulo Leminski e Augusto de Campos.

    Limiar é o seu livro de estreia e reúne 45 poemas que transitam entre tempo, memória, inquietações cotidianas e devaneios oníricos.

    Alexandre também é/foi membro fundador, baixista e compositor da banda de rock alternativo Mundo Espelho e, mais recentemente, passou a editar de forma independente o zine Desviante Blues, publicação que reúne poemas e artes visuais.

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