Leia aqui um poema de "museu das coisas quebradas", de Zé Luis Bomfim:
Vida e morte severina
Rever ou ver o Sol
depois de ser benzido,
batizado, se não tanto, amado
pela redondamente vera deusa
que não é amante ou mãe do engano.
(tudo isso em um instante
que não se divide ou se imanta)
Jamais esquecer que és um pedaço
de um verso quebrado ou perdido,
Jamais ser de novo o joio (e o trigo).
Rever ou ver o Sol
da terra, não em si, ou em tudo.
A sombra sobre o livro nesta mesa,
A sombra sobre a areia em Atenas.
museu das coisas quebradas, de zé luis bomfim
Zé Luis Bomfim – Mogi das Cruzes, 1981 – é pintor e escritor. Estudou na escola Ágora em Cotia, no colégio Carlos de Campos em São Paulo, na Unicamp, em Campinas e no Instituto Sophia em Loppiano, na Itália. Casado com uma espanhola, é pai de quatro filhos e mora em Talavera de la Reina, na Espanha. Além de publicar textos sobre poesia e a arte da leitura em «O destino do verso» www.odestinodoverso.com.br, mantém site com suas obras em www.josebomfim.art