Leia aqui um trecho de "o convite", de Michelline Nogueira:
Lembro-me como hoje, tarde de verão, e pontualmente às dezesseis horas e trinta minutos, a sirene do Colégio D. Maria Leopoldina tocava, vários estudantes saindo pelos corredores, felizes por mais um dia de aula concluído. A euforia deles deslizava pelos corredores afora. “Calma, crianças!” gritava o supervisor, claro que sem obter muito sucesso. Quem conseguia conter os ânimos de jovens estudantes depois de uma tarde inteira de estudos?
O supervisor era seu Armando, um homem muito legal; todos no colégio o adoravam. Ele era uma figura muito engraçada, estava sempre pelos corredores nos observando e tentando manter a ordem e o bom funcionamento da escola. Na verdade, ele era o braço direito do diretor e dos professores. E continuava aquela procissão dos estudantes, passos acelerados pelos corredores na intenção da grande porta de saída da escola... a porta para a liberdade.
Oi, Paulo!
Oi, Stenio!
Stenio era o meu grande amigo de infância e de série, mas não de turma. Infelizmente, naquele ano, nos colocaram em salas diferentes. Logo no começo do ano, lembro que foi uma barra; nunca tinha me separado de meu melhor amigo. Os meses se passaram e a gente foi se acostumando com aquela nova realidade. Fizemos novas amizades, mas nunca deixamos de ser bons amigos e, sempre no começo ou no final das aulas, nós nos falávamos, procurando saber como tinha sido o dia um do outro. Lembro que, naquele dia, respondemos a muitas questões de matemática. Sempre duelávamos para ver quem tirava a melhor nota na disciplina. Depois daquela tarde, tudo iria mudar na minha vida. Eu tive que crescer, amadurecer a todo custo. Foi difícil me revestir de homem responsável, sendo ainda tão novo. Eu tinha apenas quatorze anos e sonhava com todas as aventuras possíveis correspondentes a essa idade. Eu queria sair, me divertir com meu melhor amigo, andar de bicicleta e voltar para casa no final do dia.
Naquela mesma noite, eu soube que iria ser pai
o convite, de michelline nogueira
Nascida em Barreiros, cidade do interior de Pernambuco, localizada a 110 quilômetros da sua capital, Recife, Maria Michelline Nogueira da Costa nasceu em 23 de setembro de 1978. É a segunda filha do modesto motorista aposen tado Jovelino Nogueira Filho e da assistente social Marlene Maria da Silva No gueira. Teve uma infância marcada pela simplicidade e acolhimento interiora no, fazendo as peraltices que toda criança faz nessa idade. Até a adolescência, costumava frequentar a casa da sua avó materna, Cecília Maria (Cila), e da avó paterna, Lourdes Nogueira, para brincar. Seu passatempo preferido era subir nas árvores da horta da casa da sua avó Lourdes para comer frutas do pé, hábi to que apenas mudou com o seu falecimento, em 2001. Iniciou seus estudos primários na Escola Carlos de Brito, destinada exclusivamente aos filhos dos operários da Usina Central Barreiros, onde seu pai era funcionário. Após con cluir a quarta série do ensino fundamental I, ingressou no Colégio Municipal José Canuto, onde fez seu ensino fundamental II e, em seguida o Magistério, antigo Normal, concluindo-o no ano de 1995. Iniciou seu curso de Licenciatura Plena em História na Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (FA MASUL), em Palmares, no ano de 1996, concluindo-o no ano de 1999 e especi alizou-se em História do Brasil pela Universidade Federal Rural de Pernambu co, em 2008. No ano de 2002, casou-se com o engenheiro civil e também pro fessor de Matemática, Cleverson Antônio da Costa e mudou-se para a cidade do Recife, onde fixou residência até os dias de hoje. Desta união, nasceu sua única filha, Mariana Nogueira da Costa. Hoje, continua trabalhando em escola pública no estado de Pernambuco, estando à frente da coordenação da Biblio teca Professor Estevão Pinto da EREM Sizenando Silveira