Leia aqui um poema de "os corpos que o oceano traz", de Pedro Alfeu:
cem mil exércitos espartanos não poderiam impedir aquele encontro.
tuas asas feridas se abriram num horizonte entristecido
e meus olhos, cansados e puídos, enxergaram tua dor.
não sei dizer quando teu sorriso sorriu pro meu,
mas quando teu brilho tocou minha pele naquele primeiro encontro noturno
eu aprendi a dançar.
e dezenas de corpos suados se contorciam dançantes sob a luz
e dançamos juntos pela primeira vez
teu corpo vibrava colérico,
teu sangue fervilhava o sabor amargo de drogas do esquecimento
meu desejo te queria
queria ajudar a curar tuas asas
beijar tua boca e sugar para dentro de mim os espinhos que te destruíam
eu não sabia teu nome.
sorrimos.
você desapareceu.
e o interesse por ti só me veio à razão depois de muito tempo.
ali, naquele instante,
parado sob às luzes da balada,
eu só queria ter tuas mãos
.
...sobre paixões instantâneas
os corpos que o oceano traz, de pedro alfeu
Sou Pedro Alfeu, nasci em Caculé - BA e sou Poeta. Este que vos escreve é a prova viva da tribulação da alma de uma mente perturbada por demônios cultivados por escolhas inconsequentes e decisões maravilhosamente pervertidas. Sou atravessado pela poesia da rua e ideias aleatórias, eletrocutado pela Geração BEAT e pelo velho safado Bukowski. Destinado ao isolamento e fadado diariamente a encontrar com as sombras no meu espelho. Dono de uma casa vazia em ruínas e a pessoa mais distraída do mundo.

