Leia aqui um trecho de "pensando alto", de Mildred Pitman:
Posso dizer que sou uma pessoa que conversa abertamente com clichês.
Adoro uma frase feita, mesmo que nem tenha, só por si, grande efeito.
E não me importo com o fato de que clichês são desvalorizados.
Sinto-me conectada a um clichê quando, por mais banal que possa ser, ele consegue demonstrar como nós podemos nos sentir frente a determinadas situações.
E hoje, após aceitar que não consegui o que um dia eu achei que seria o sucesso profissional e que meu trabalho não vai ser o que eu imaginei, uma frase que soa como tal para mim e que me veio à mente foi: “É chegado o momento”.
Pensar nela me fez refletir sobre o que fazer quando o momento de fato chega e se torna um imperativo categórico diante de realidades que se impõem a nós, sem escape.
O que podemos fazer quando, após mil fugas, o destino bate à porta (outro clichê!!) e nos encurrala de maneira que só nos resta dialogar com ele, isto é, com o momento que chegou?
Quando não nos cabe mais protelar o reconhecimento de ter que lidar com certos incômodos representa sentarmos à mesa e digerir o prato que às vezes nem nos é mais servido e sim solicitado para que não fiquemos à míngua ou à margem do processo?
Bem, creio que quando não mais conseguimos oportunidade para escolher o “menu” resta-nos apreciar outros aspectos para além do banquete.
Ouçamos a música da festa.
Dancemos o ritmo de preferência do anfitrião.
Só não deixemos de agir com educação e galhardia.
Afinal, como na frase atribuída a Winston Churchill, “Vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos”.
pensando alto, de mildred pitman
Mildred é Mulher, Advogada e Mãe com muito orgulho. Na maturidade está escolhendo a escrita como instrumento de reflexão em seu espaço público @eu_eminhashistorias.