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Leia aqui um trecho de "porta entreaberta", de Alethéa Moraes:

 

Voltar a sentir

 

Ficaram frente a frente, e por um instante, foram dois adolescentes presos no corpo de dois adultos marcados pelo tempo. Não sabiam bem o que dizer, como começar. Ele quebrou o silêncio, com aquele jeitinho sem pressa:

 — E aí, tá bem? Como vai a vida?

 

Ela apenas o olhou. Olhou fundo. Não era dia de conversa comum. Não era um encontro qualquer. E então, em um movimento rápido, com a voz baixa, mas firme, ela o puxou para si e disse:

 —Vem! Me beija..

 

Ele não hesitou, a tomou nos braços como se nunca a tivesse deixado. E antes que pudessem pensar em certo ou errado, a beijou.

 

O beijo era o mesmo.

O mesmo gosto.

A mesma intensidade.

O mesmo desejo.

 

Era como se os anos tivessem evaporado, como se estivessem de volta ao começo quando tudo era novo, proibido e impossível. Um arrepio percorreu seu corpo inteiro, e naquele beijo, reviveram tudo o que tentaram, em vão, esquecer. Foi um beijo de saudade, mas também de medo. Porque agora que o amor tinha voltado, o que seria deles?

porta entreaberta, de alethéa moraes

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  • Alethéa Moraes é natural da cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. É graduanda do oitavo semestre do curso de Letras – Português e Francês, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Amante da literatura e da poesia, Alethéa é também tradutora de literatura francófona e ama escrever. Para ela, a escrita é um ato de liberdade.

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